Revolta na USP
Protestos vão além da questão da segurança
Setenta e dois estudantes foram detidos no último dia 8 de novembro durante a desocupação da reitoria da USP (Universidade de São Paulo), a mais prestigiada universidade do país, realizada pela Tropa de Choque da Polícia Militar.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Eles foram liberados após o pagamento de fiança e podem responder a crimes de desobediência à ordem judicial (em razão de não terem respeitado o prazo dado pela Justiça para desocuparem o imóvel), e dano ao patrimônio público.
Foi o episódio mais dramático de uma crise política na universidade, motivada por um convênio firmado entre a USP e a PM para aumentar a segurança na Cidade Universitária, situada no bairro Butantã, zona oeste de São Paulo.
Os alunos ocupavam o prédio desde o dia 2 de novembro, em protesto contra a presença da PM no campus e processos administrativos envolvendo funcionários e estudantes da instituição. Segundo os manifestantes, os processos teriam o objetivo de intimidar o movimento estudantil.
A USP é a maior universidade pública do Brasil, com aproximadamente 75 mil estudantes matriculados, e é considerada a melhor da América Latina. O exame de admissão é o maior e um dos mais concorridos do país.
O estopim das manifestações foi um conflito entre estudantes e policiais ocorrido em 27 de outubro, após a detenção de três alunos, por posse de maconha, no estacionamento da faculdade de História e Geografia. Viaturas policiais foram depredadas e os policiais reagiram lançando bombas de gás lacrimogêneo.
No dia seguinte, estudantes invadiram um prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e, uma semana depois, ocuparam a reitoria.
A segurança da universidade era feita por empresas privadas contratadas pela USP. Em 8 de setembro, porém, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o reitor João Grandino Rodas assinaram um convênio com a PM para assegurar a presença mais frequente de rondas policiais.
A medida foi adotada depois do assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva, 24 anos, no estacionamento da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), durante uma tentativa de roubo.
Cidades universitárias são espaços públicos onde circulam milhares de pessoas, não somente estudantes e funcionários. O problema na USP é que a falta de iluminação, a presença de bosques e a longa distância entre os prédios prejudicam a segurança.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Eles foram liberados após o pagamento de fiança e podem responder a crimes de desobediência à ordem judicial (em razão de não terem respeitado o prazo dado pela Justiça para desocuparem o imóvel), e dano ao patrimônio público.
Foi o episódio mais dramático de uma crise política na universidade, motivada por um convênio firmado entre a USP e a PM para aumentar a segurança na Cidade Universitária, situada no bairro Butantã, zona oeste de São Paulo.
Os alunos ocupavam o prédio desde o dia 2 de novembro, em protesto contra a presença da PM no campus e processos administrativos envolvendo funcionários e estudantes da instituição. Segundo os manifestantes, os processos teriam o objetivo de intimidar o movimento estudantil.
A USP é a maior universidade pública do Brasil, com aproximadamente 75 mil estudantes matriculados, e é considerada a melhor da América Latina. O exame de admissão é o maior e um dos mais concorridos do país.
O estopim das manifestações foi um conflito entre estudantes e policiais ocorrido em 27 de outubro, após a detenção de três alunos, por posse de maconha, no estacionamento da faculdade de História e Geografia. Viaturas policiais foram depredadas e os policiais reagiram lançando bombas de gás lacrimogêneo.
No dia seguinte, estudantes invadiram um prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e, uma semana depois, ocuparam a reitoria.
A segurança da universidade era feita por empresas privadas contratadas pela USP. Em 8 de setembro, porém, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o reitor João Grandino Rodas assinaram um convênio com a PM para assegurar a presença mais frequente de rondas policiais.
A medida foi adotada depois do assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva, 24 anos, no estacionamento da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), durante uma tentativa de roubo.
Cidades universitárias são espaços públicos onde circulam milhares de pessoas, não somente estudantes e funcionários. O problema na USP é que a falta de iluminação, a presença de bosques e a longa distância entre os prédios prejudicam a segurança.
Interesses políticos
Parte dos estudantes é contrária à presença da Polícia Militar na Cidade Universitária por acreditarem que a policia coíbe manifestações e contraria o princípio de autonomia da universidade. Confrontos entre policiais e estudantes aconteceram em outras ocasiões, em 2007 e 2009.
O DCE (Diretório Central dos Estudantes) defende que a segurança fique a cargo da Guarda do Campus. Uma pesquisa recente feita pelo Datafolha, entretanto, apontou que 58% dos alunos são favoráveis à presença da PM.
Já a reitoria alega que os manifestantes, que representam uma minoria dos estudantes da USP, são manipulados por partidos políticos de esquerda e sindicatos. De fato, os jovens são ligados ou influenciados por partidos como o PSOL e o PSTU e a central sindical CSP-Comlutas, à qual o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) é filiado.
A insatisfação dos alunos, porém, vai além das questões de segurança. Eles reivindicam eleições diretas para a reitoria (o que depende da mudança do estatuto). Atualmente, o reitor é indicado pelo governador de São Paulo a partir de uma lista de três nomes de professores titulares escolhida pelo Conselho Universitário.
Após a detenção dos manifestantes, alunos das faculdades de Comunicação e Artes (ECA) e Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP entraram em greve. Houve também passeatas dentro do campus e nas ruas do centro de São Paulo. Entre os dias 22 e 24 de novembro acontecem eleições do DCE da USP, que deve decidir o futuro do movimento.
O DCE (Diretório Central dos Estudantes) defende que a segurança fique a cargo da Guarda do Campus. Uma pesquisa recente feita pelo Datafolha, entretanto, apontou que 58% dos alunos são favoráveis à presença da PM.
Já a reitoria alega que os manifestantes, que representam uma minoria dos estudantes da USP, são manipulados por partidos políticos de esquerda e sindicatos. De fato, os jovens são ligados ou influenciados por partidos como o PSOL e o PSTU e a central sindical CSP-Comlutas, à qual o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) é filiado.
A insatisfação dos alunos, porém, vai além das questões de segurança. Eles reivindicam eleições diretas para a reitoria (o que depende da mudança do estatuto). Atualmente, o reitor é indicado pelo governador de São Paulo a partir de uma lista de três nomes de professores titulares escolhida pelo Conselho Universitário.
Após a detenção dos manifestantes, alunos das faculdades de Comunicação e Artes (ECA) e Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP entraram em greve. Houve também passeatas dentro do campus e nas ruas do centro de São Paulo. Entre os dias 22 e 24 de novembro acontecem eleições do DCE da USP, que deve decidir o futuro do movimento.
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